Os osteíctes são também chamados de peixes ósseos (osteo = ósseo; ichthys = peixe), pois seu esqueleto é basicamente formado por ossos. Existem, entretanto, osteíctes em que o esqueleto é rico em estruturas cartilaginosas. Nos adultos, persistem restos de notocorda na coluna vertebral.
Os osteíctes são classificados em dois grupos: os Sarcopterygii (Sarcos = cartilaginoso; pterygium = nadadeira) e os Actinopterygii (Actinos =raios).
- Sarcopterygii
Os Sarcopterígeos, como o próprio nome diz, são peixes que possuem nadadeiras carnosas, sustentadas por ossos semelhantes aos das patas dos tetrápodes. Em razão disso, acredita-se que os primeiros vertebrados terrestres – teriam surgido de um grupo de sarcopterígeo primitivo, que vivia em águas rasas, respirando por brânquias e também por pulmões. Esses peixes primitivos provavelmente faziam incursões à terra em busca de alimento, deslocando-se sobre o solo com suas nadadeiras pares carnosas: o par peitoral e pélvico. Estas teriam dado origem às patas dos vertebrados terrestres.
Os Sarcopterígeos eram abundantes em períodos geológicos passados, mas na fauna atual estão representados por apenas quatro gêneros, classificados em dois grupos: o dos Actinistias e o dos Dipnoi. Os Sarcopterígeos que deram origem aos anfíbios não têm representantes na fauna atual.
No grupo dos actinístias está a Latimeria, peixe marinho que vive a aproximadamente 200 m de profundidade, na costa oeste da África.
Os dipnóicos são peixes pulmonados. Vivem em rios de regiões tropicais e estão representados na fauna atual com apenas três gêneros: o Neoceratodus da Austrália; o Lepidosirem da América do Sul e o Protopterus da África. O peixe pulmonado brasileiro é a pirambóia (Lepidosirem paradoxa), que vive na região amazônica.
Os peixes pulmonados possuem brânquias reduzidas, insuficientes para suas necessidades respiratórias. A respiração aérea através do pulmão é obrigatória para eles. Ao contrário dos demais peixes, os dipnóicos possuem narinas em comunicação com a faringe através das coanas. Estas também estavam presentes nos sarcopterígeos primitivos (os crossopterígios) que deram origem aos tetrápodes e permaneceram em todos os vertebrados terrestres.
- Actinopterygii
Os Actinopterígeos, como o próprio nome diz, são peixes cujas nadadeiras são sustentadas por raios. É o grupo mais diversificado e o que reúne o maior número de espécies. São principalmente ovíparos, embora algumas poucas espécies sejam vivíparas. O estágio jovem desses animais é denominado alevino.
São exemplos de actinopterígeos as sardinhas, o salmão, a truta, o baiacu, o arenque, entre inúmeros outros.
A seguir, as principais características que distinguem os condrictes dos osteíctes.
CLASSES | ||
Chondrichthyes (peixes cartilaginosos) | Osteichthyes (peixes ósseos) | |
Esqueleto | Cartilaginoso (exclusivamente) | Ósseo (predominantemente) |
Boca | Ventral | Anterior |
Brânquias | Descobertas (sem opérculos); com espiráculos (antes da primeira fenda branquial) | Protegidas (com opérculos); sem espiráculos |
Cauda | Heterocerca | Homocerca (geralmente) |
Fecundação | Interna e sem larvas; nadadeiras pélvicas transformadas em órgãos copuladores, denominados claspers | Geralmente externa; as larvas são denominadas alevinos |
Tiflosole | Presente | Ausente |
Principal excreta nitrogenada | Uréia | Amônia |
Escamas | Placóides, de origem dermoepidérmica | Dérmica; às vezes ausentes (bagre) |
Hábitat | Marinhos (maioria) | Marinhos ou dulcícolas |
Cloaca | Presente | Ausente |
Exemplos | Tubarão, quimera, arraia, cação, peixe-serra, torpedo, peixe-viola | Tainha, manjuba, linguado, robalo, bagre, pintado, dourado, carpa, truta |