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* Anatomia Interna

Sistema tegumentário
A epiderme dos peixes é pluriestratificada, não corneificada, com glândulas unicelulares mucíparas, que secretam um muco, tornam a pele escorregadia, diminuindo o atrito com água. A derme dos peixes abissais apresenta fotóforos (bioluminescência).
A pele dos condrictes apresenta escamas placóides de origem dermo-epidérmica, portanto, semelhantes aos dentes dos demais vertebrados (com polpa, dentina e esmalte).


Nos peixes osteíctes as escamas são achatadas, dérmicas; dos tipos ciclóide, ctenóide e ganóide. Nesses animais, as escamas não ficam em contato direto com a água, pois são recobertas pela epiderme.


Sistema esquelético
O esqueleto dos peixes, como a dos outros vertebrados, pode ser dividido em duas partes: esqueleto axial (do grego axon, eixo), constituído pelo crânio e pela coluna vertebral, e esqueleto apendicular, constituído pelos elementos de sustentação das nadadeiras.
A coluna vertebral dos peixes é formada por vértebras articuladas, constituídas por uma região central compacta e por um anel dorsal onde se aloja a medula espinhal. As vértebras do tronco apresentam projeções ventrais pontiagudas – as costelas – que envolvem a região abdominal, sustentando a parede do corpo e protegendo os órgãos internos. Na linguagem popular, as costelas nada mais são do que as grandes “espinhas” dos peixes, ligadas à “espinha” central, como é chamada a coluna vertebral. As “espinhas” menores, localizadas perto das nadadeiras, fazem parte do esqueleto apendicular.

 
Pode ser formado por tecido ósseo ou cartilaginoso. No esqueleto da cabeça, o primeiro arco forma a mandíbula, o segundo é representado pelo hióide e o hiomandibular.
As vértebras são anficélicas.
Nos peixes, as extremidades estão representadas pelas nadadeiras pares. Em relação à nadadeira caudal podemos identificar 3 tipos:

·         Homocerca - Nadadeira típica dos peixes ósseos. Simétrica externamente e assimétrica internamente.

·         Heterocerca - A extremidade da coluna vertebral se dirige para cima, provocando uma assimetria tanto interna como externa. É encontra nos tubarões;

·         Dificerca - A coluna vertebral é reta até a extremidade do corpo. As vértebras diminuem de tamanho e as nadadeiras se dispõem simetricamente acima e abaixo. É encontrada nos peixes dipnóicos;



Sistema digestivo 
É completo. Composto basicamente por boca, faringe, esôfago, estômago e intestino. A boca pode ser inferior (peixes cartilaginosos) ou anterior (peixes ósseos). Possui dentes iguais (homodontia). Na faringe, abrem-se as fendas branquiais. Os sucos digestores são potentes. O intestino pode terminar em cloaca (cartilaginosos) ou em ânus (ósseos).
Os peixes cartilaginosos possuem no intestino uma estrutura que permite maior superfície de absorção do alimento, denominada válvula espiral ou tiflosolis.



Já nos peixes ósseos há estruturas com função semelhante: são os cecos pilóricos.

Sistema respiratório
Os peixes respiram por meio de brânquias, que são projeções filamentosas e ricas em vasos sanguíneos, localizadas nos arcos entre as fendas branquiais. Uma das maneiras de verificar se um peixe está “fresco”, isto é, adequado ao consumo, é observar suas brânquias, popularmente chamadas de guelras, o que é feito levantando-se o opérculo que as recobre. Quando o peixe está bem conservado, as brânquias têm aspecto brilhante e cor vermelha bem intensa. Como são filamentosas e delicadas, as brânquias se deterioram antes dos demais órgãos, e é exatamente por isso que são utilizadas para avaliar o grau de conservação dos peixes.

Brânquias são órgãos especializados em realizar trocas gasosas entre o meio aquático e o sangue animal. O suprimento constante de gás oxigênio e a remoção do gás carbônico são garantidos pela circulação constante da água em torno dos filamentos branquiais. Os peixes cartilaginosos, como tubarões e as raias, nadam com a boca semi-aberta, de modo que a água entre por ela e sai pelas fendas branquiais, oxigenando o sangue. Os peixes ósseos, por sua vez, desenvolveram um mecanismo que fez a água circular pelas brânquias mesmo quando estão parados. Eles abaixam o “assoalho” de sua cavidade bucal, de modo a aspirar água pela boca e, em seguida, abrem os opérculos e forçam água a sair pelas fendas brânquias. A fina camada de células que recobre os filamentos branquiais permite que o sangue ai presente se abasteça de gás oxigênio e elimine o gás carbônico.

Algumas poucas espécies de peixes ósseos respiram no meio aéreo, por uma bolsa ricamente vascularizada – pulmão – ligada à faringe. Esses organismos, conhecidos como peixes pulmonados, são capazes de encher seu pulmão de ar, do qual o sangue retira o gás oxigênio, eliminando o excesso de gás carbônico. Acredita-se que esse tipo de respiração era usado pelos ancestrais dos peixes ósseos, os quais viviam em água doce pobre em gás oxigênio e teriam desenvolvido esse mecanismo como auxiliar da respiração branquial.
O primitivo pulmão perdurou nos peixes pulmonados atuais, enquanto nos demais osteíctes transformou-se em uma bolsa com gases, a bexiga natatória. A função dessa bolsa é atuar como órgão flutuador, regulando a densidade do corpo do peixe. Quando o peixe se aproxima da superfície, os gases dissolvidos no sangue passam para a bexiga natatória, enchendo-se e diminuindo a densidade corporal, que fica ajustada para pequena profundidade. Quando o peixe se desloca para profundidades maiores, os gases da bexiga natatória passam para o sangue, o que aumenta a densidade corporal, ajustando-a a nova situação.


Sistema circulatório
Os peixes têm sistema circulatório fechado, composto por artérias, veias, capilares sanguíneos e por um coração com apenas duas câmaras: um átrio (ou aurícula) e um ventrículo. Quando a parede do ventrículo se contrai, o sangue é impulsionado para uma artéria de grande calibre, a aorta. Pela aorta, o sangue é conduzido até as brânquias, onde os vasos se ramificam intensamente, formando finíssimos capilares sanguíneos. Nas brânquias, o sangue circula próximo da água e é oxigenado, ao mesmo tempo em que se livra do excesso de gás carbônico. Ao deixar as brânquias, o sangue está rico em oxigênio e pobre em gás carbônico, sendo por isso denominado de sangue arterial. Das brânquias, o sangue arterial é conduzido por artérias até diversas partes do corpo, onde circula em capilares finíssimos, fornecendo gás oxigênio aos tecidos e deles removendo o gás carbônico. O sangue torna-se, então, pobre em O2 e rico em CO2, passando a ser chamado de sangue venoso. Depois de retornar ao coração pelo interior das veias desembocam em uma bolsa de parede fina, o seio venoso, o coração passa para o átrio cardíaco (aurícula). A contração do átrio força o sangue em direção ai ventrículo, que o bombeia, em seguida, para a artéria aorta fechando o ciclo.



Obs.: A circulação em peixes é, normalmente, simples, pois o sangue percorre um único circuito e, como não há mistura de sangue venoso e arterial, é chamada de circulação completa.
Porém, nos peixes dipnóicos o coração é dividido em dois átrios e ocorre a formação de ventrículos (parcialmente divididos), de modo que a circulação pode ser considerada dupla.
O átrio esquerdo recebe sangue do pulmão e o reconduz pelo ventrículo esquerdo a aorta dorsal que o transporta para os tecidos corporais. Daí, o sangue flui por veias até o ventrículo direito que o encaminha às guelras das quais este é levado por ductos até a aorta dorsal ou para o pulmão novamente.
O coração dos peixes possui: 1 átrio e 1 ventrículo.


O coração dos dipnóicos tem: 2 átrios e 1 ventrículo.

Sistema Excretor
O sistema excretor dos peixes, como dos outros vertebrados, regula o conteúdo de água do corpo, mantém o equilíbrio salino adequado e elimina os resíduos nitrogenados. Os órgãos excretores dos peixes são um par de rins (do tipo mesonéfrico, formado por uma série de túbulos renais), localizados na parte superior da cavidade abdominal, logo acima da bexiga natatória. Os rins retiram do sangue as excretas nitrogenadas, eliminando-os na forma de uma solução aquosa chamada urina. A substância nitrogenada excretada pela maioria dos peixes é a amônia (podendo também ser a uréia). A urina dos peixes ósseos é conduzida por meio de ureteres até um poro excretor localizado perto do ânus. Nos peixes cartilaginosos, os condutos vindos dos rins desembocam na cloaca, uma câmara na qual também se abrem o intestino e os dutos do sistema reprodutor. A maior parte das excretas dos peixes, no entanto, é eliminada através das brânquias.

Sistema Nervoso e Sistema Sensorial
Os peixes, como os outros vertebrados, têm sistema nervoso bem desenvolvido, que costuma ser dividido em: sistema nervoso central, constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal (ou medula nervosa), e sistema nervoso periférico, constituído pelos nervos e gânglios nervosos. Os nervos são feixes de prolongamento de células nervosas que conduzem impulsos nervosos entre o sistema nervoso central e as diferentes partes do corpo. Os gânglios nervosos são as dilatações presentes em certos cervos, que atuam como estações retransmissoras dos impulsos nervosos.
O encéfalo é a porção anterior dilatada do tubo nervoso dos vertebrados. Ele apresenta regiões bem diferenciadas, cujo tamanho e complexidade variam nos diferentes grupos de vertebrados. Nas diversas regiões do encéfalo são processadas as informações captadas pelos órgãos dos sentidos e trazidas até ele diretamente por nervos ou pela medula espinhal.
A medula espinhal é a porção tubular do tubo nervoso que percorre o dorso dos animais vertebrados, protegida pela coluna vertebral. Da medula partem nervosos que recebem informações captadas pelos órgãos dos sentidos e transmitem instruções de ação aos músculos.
Nos peixes, a região do encéfalo relacionada com o olfato é muito desenvolvida. Esse sentido é importantíssimo para animais adaptados ao meio aquático. Os salmões, por exemplo, podem sentir o “cheiro” dos rios onde nasceram e segui-lo por dezenas de quilômetros, muitos anos após terem partido para a vida no mar. Os órgãos responsáveis pelos sentidos do paladar e do olfato (quimiorreceptores) dos peixes localizam-se nas narinas, na boca e em outras partes do corpo.

Tanto os peixes cartilaginosos como os peixes ósseos possuem, ao longo das laterais do corpo, uma serie de estruturas sensoriais microscópicas capazes de detectar variações na pressão da água ao redor. Essas estruturas formam uma linha em cada lado do corpo do peixe, a linha lateral. Nos peixes ósseos, cada escama que recobre a linha lateral tem um pequeno furo por onde o canal da linha lateral comunica-se com o ambiente. Os peixes também podem detectar vibrações na água por meio do ouvido, localizado dentro da cabeça.
·        Os sentidos dos peixes
A importância deste assunto faz que possamos entender melhor o comportamento de determinado peixe seus costumes e sua reprodução, sem contar com a sua alimentação. Os sentidos dos Peixes para cada espécie é desenvolvida de uma maneira diferente para que cada espécie viva melhor no seu ambiente natural.

Visão:
O sentido mais ineficiente do peixe, desenvolvido para poder enxergar um determinado raio visual e com pouca profundidade. A visão dos peixes na sua grande maioria é limitada pela sua retina  fraca que faz a distinção de objetos e outros peixes fiquem dificultados. Pode-se observar facilmente a dificuldade de visão quando apagamos a maioria das lâmpadas do aquário, mas mantemos ainda a luz ambiente. Nós conseguimos visualizar todo o aquário e com certa perfeição, mas os peixes não conseguem perceber nossa aproximação.
Audição:
 Se a visão é o sentido mais ineficiente em contra partida a Audição é muito aguçada. Os peixes podem ouvir facilmente a grande distancias e nitidamente, qualquer ruído que é ampliado  pela massa liquida , sem contar que a água é um ótimo condutor de som.
Com o ouvido e as ramificações nervosas espalhadas pelas linhas laterais do corpo do peixe percebem outra sensação (sentido) que para nós é desconhecido,  que se chama cientificamente de “Sentido espacial”
Com essa união de sentidos os peixes podem pressentir chuvas, trovões e qualquer modificação  no tempo. Certas espécies acasalam e reproduzem com essas sensações. Portanto o simples fato de pisarmos em um carpete faz que os peixes percebam a sua presença.
Olfato:
 Dentro da água dificilmente os peixes podem sentir cheiro de qualquer substancia, também pelo fato que a propagação na água de algum odor é muito mais lento do que no ar.
Os peixes possuem aberturas nasais entre “focinho” e os olhos que são protegidos por válvulas que regulam a entrada e saída de água, permitindo assim que o peixe sinta o cheiro. 
O olfato age diretamente com o paladar, portanto a percepção de cheiro está ligada diretamente com o gosto. A grosso modo os peixes sentem em primeiro estágio o cheiro mas logo o gosto.
Se mudarmos bruscamente o alimento do peixe ou inserirmos algo que não faz parte da cadeia alimentar,  o peixe ira cheirá-lo e não identificando ira abocanhá-lo para sentir o cheiro e no mesmo instante o seu gosto.


Reprodução

Os peixes têm reprodução assexuada e são dióicos. Entre eles, pode ocorrer tanto fecundação externa como fecundação interna, e pode haver desenvolvimento direto ou indireto. A maioria dos peixes tem fecundação externa, as fêmeas liberam seus óvulos diretamente na água, onde também os machos liberam seus espermatozóides. Outras espécies que têm fecundação interna são ovíparas, isto é, as fêmeas eliminam os ovos já fecundados, que se desenvolvem na água. Outras espécies são ovovivíparas, isto é, as fêmeas retêm os ovos no interior do corpo até o fim do desenvolvimento embrionário, “dando à luz” pequenos peixes, denominados alevinos (larva), em adiantado grau de desenvolvimento.
Em umas poucas espécies de condrictes, os embriões se desenvolvem dentro do corpo da fêmea, alimentando-se de substâncias que retiram do sangue materno por meio de uma estrutura equivalente a uma placenta; fala-se, nesse caso, em espécies vivíparas.

Obs.: Algumas espécies de peixes possuem um comportamento muito interessante na época da reprodução. Machos e fêmeas migram para nascentes de rios, ocorrendo grande concentração de peixes exatamente onde as águas são menos movimentadas, mais rasas e menos volumosas. Liberando aí seus gametas, a concentração deles na água torna-se muito grande, o que favorece o encontro casual e consequente fecundação externa. Para essas espécies, está é uma estratégia que foi selecionada ao longo de sua evolução, aumentando a chance de sucesso na fecundação. Alem disso, as chances de chegarem à nascente e se reproduzirem são maiores para os peixes mais saudáveis, o que é um fator interessante em termos de seleção natural. Porém, em sua migração para a nascente, os peixes enfrentam diversas dificuldades, como as quedas d’água, por exemplo.
A migração desses peixes, que ocorre na época da reprodução, é conhecida por piracema e constitui em belíssimo espetáculo junto às quedas d’água.
Nem todas as espécies de peixes realizam a piracema. Várias são as estratégias reprodutivas dos peixes, garantindo a perpetuação das espécies. O grande número de gametas produzidos pelas espécies com fecundação externa já é uma adaptação a essa forma de reprodução, pois assim, há aumento na chance dos gametas se encontrarem na água.