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Condrictes

Os condrictes são também chamados de peixes cartilaginosos  (Chondrus = cartilagem; ichthyes = peixes), pois seu esqueleto é basicamente cartilaginoso. Nos adultos, persistem restos de notocorda entre as vértebras.
Os animais do grupo que vivem atualmente mantiveram muitas características dos primeiros, surgidos nos mares de eras passadas. É o caso do tubarão, animal em que ainda hoje persistem as características primitivas.
Os condríctes podem ser classificados em dois grupos: Holocephali e Elasmobranchii ou Selachii



  - Holocephali
Possuem brânquias protegidas por um opérculo, cauda longa e flexível, olhos muito grandes e corpo sem escamas. Estão representados pelas quimeras.







- Elasmobranchii ou Selachii
Condrictes que possuem de cinco a sete fendas branquiais, não recobertas por opérculo. Estão representados pelos tubarões e raias. É o maior grupo entre os condríctes.

Tubarão-branco (Carcharodon carcharias)

Uge-leopardo (Himantura undulata)











Ao contrário dos Ágnatos e dos Holocéfalos, os Elasmobrânquios (ou Seláquios) possuem nadadeira caudal bem desenvolvida e o corpo recoberto por escamas.

As escamas desses animais são chamadas de placóides. Cada uma é formada por um espinho voltado para trás e uma placa basal situada na derme. O espinho é recoberto por esmalte, apresentando internamente uma camada de dentina que se estende formando a placa basal. No centro do espinho e da placa existe a polpa, onde estão presentes fibras nervosas e vasos sanguíneos. As escamas dos peixes cartilaginosos têm origem dermoepidérmica e sua estrutura é semelhante à dos dentes dos vertebrados. Essas escamas são também chamadas de dentículos dérmicos.

Os elasmobrânquios possuem um rostro na região anterior da cabeça, e a boca fica em posição ventral.
Um dos sentidos muito desenvolvido nos tubarões é o olfato. O odor é percebido por quimiorrecepção das células localizadas nas narinas dos tubarões. As narinas são dois orifícios de fundos cegos. Não se comunicam com a faringe, como ocorre também na maioria dos peixes ósseos. Em alguns osteíctes e em todos os tetrápodes, as narinas comunicam-se com a faringe através das coanas, e participam da respiração. Nos condríctes e na maioria dos osteíctes, as narinas têm apenas a função olfativa.







Outro sentido importante para a orientação dos condríctes é a percepção de vibrações na água, através de mecanorreceptores localizados ao longo da linha lateral. A linha lateral é constituída por uma série de poros e tubos artificiais localizados dos lados do corpo, que se comunica com a água e com células especiais denominadas neuromastos. Estas percebem as vibrações na água e as transmitem a células nervosas. Os peixes ósseos e os ágnatos também possuem linha lateral. A percepção da vibração e o equilíbrio também são dados pelo ouvido, que nesses animais é formado apenas pelo ouvido interno, com canais semicirculares.







Outro meio de detecção de presas para os condríctes é uma série de estruturas, típicas desses animais: as ampolas de Lorenzini. Trata-se de poros e tubos cheios de muco, localizados na cabeça, que se comunicam com a água e com células sensoriais, detectando presas por seu potencial elétrico.



A quimiorrecepção e a mecanorrecepçao são mecanismos sensoriais que os condríctes utilizam principalmente para a percepção de presas a grandes distancias. Uma vez próximos da presa, esses animais passam a utilizar-se as visão. Seus olhos enxergam bem na baixa luminosidade.
Os condrictes são geralmente nadadores eficientes, embora existam espécies que vivem no fundo, assentadas sobre a areia ou em tocas, como é o caso de certas raias e tubarões. Antigamente achava-se que o nado ativo desses animais estava relacionado à necessidade de se manterem na coluna de água sem afundar, pois eles não possuem uma estrutura denominada bexiga natatória, que está presente nos osteíctes. A bexiga natatória participa dos mecanismos de controle de densidade dos peixes ósseos, permitindo que eles subam, desçam ou fiquem parados na coluna de água, sem necessidade de nadar: quando está cheia de gás, a densidade do animal diminui e o peixe sobe; diminuindo a quantidade de gás, a densidade do animal aumenta e o peixe desce. Hoje sabe-se que os condríctes controlam sua densidade através dos altos teores de óleo presentes no fígado, que tornam esses animais poucos densos no meio líquido, pesando muito pouco dentro da água. Com isso, eles não precisam nadar o tempo todo para não afundar.
Com a relação à reprodução, os elasmobrânquios são animais de sexos separados, apresentando dimorfismo sexual. O macho diferencia-se extremamente da fêmea, pois possui o par de nadadeiras pélvicas transformado em um órgão copulador denominado clásper.
A fecundação é sempre interna e o desenvolvimento direto.